resenha do livro O Principe - Nicolau Maquiavel
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Resenha por Lud Fernades
Maquiavel fez uma obra com observações tão perspicazes, que acredito serem úteis e importantes até hoje. Em um livro simples e direto, ele descreve como um príncipe deve se portar para se manter no poder.
“Se fizer o bem, faça aos poucos, mas se for fazer o mal, faça-o de uma vez”.
Se alguns políticos da era atual tivessem lido esse livro, talvez não tivessem perdido as eleições e nem estariam correndo o risco de serem presos. Ao comandar um país, é mais importante a imagem que se passa do que o trabalho realizado em si.
Durante a pandemia tivemos um exemplo de como essa frase é real: pessoas morrendo por 2 anos e os políticos pouco se lixando, óbvio que esses políticos não se reelegeram, porque o mal durou muito tempo e as pessoas não esqueceram. Já as poucas coisas boas que o governo fazia eram rápidas, e esquecidas com o tempo, principalmente por causa do foco nas coisas ruins que estavam acontecendo.
Outra coisa que o livro diz é que um povo que sempre viveu sobre leis rígidas não sabe ser livre, e um povo livre não sabe viver sob uma ditadura. Também é muito real, tanto que muitos que viveram a ditadura a querem de volta até hoje, enquanto os que cresceram livre querem mais e mais liberdade, e já não se enquadram no formato antigo de educação “me obedeça por que eu sou mais velho”, ou “por que a casa é minha”. A atual geração não aceita mais essas desculpas, e querem motivos claros para seguir as regras impostas.
É importante ser amado e temido, amado suficiente para se manter no poder, temido o suficiente para não sofrer ataques de rebeldes ou de outros países.
Encontrar o meio termo pode ser bem difícil, por exemplo, por muito tempo os EUA eram admirados, e, ao mesmo tempo, por terem um exército tão forte, eram temidos. O atual presidente tenta usar esse temor para assustar os que não aceitam suas atuais medidas, mas não está mais funcionando.
O mundo já não tem tanto medo dos Estados Unidos, e sabem que se se unirem, poderão isolar os EUA, crescendo, e deixando o Trump em uma situação muito complicada.
Comentário sobre o texto de Lud Fernandes - por Desconhecido
A leitura que Lud faz de O Príncipe é como o próprio Maquiavel recomendaria: sem romantismo, com os pés no chão e os olhos atentos ao poder. Sua análise acerta ao apontar que o livro, apesar de escrito no século XVI, continua sendo um manual prático para entender os bastidores do poder moderno — inclusive o político-pandêmico-brasileiro.
A frase clássica “se for fazer o mal, faça-o de uma vez” ganha nova vida no contexto da pandemia. A crítica é certeira: um mal prolongado, como a má gestão de uma crise sanitária, é lembrado com mais força do que um bem mal divulgado. Maquiavel, que entendia de imagem pública muito antes dos marqueteiros, já sabia disso.
Outro ponto bem colocado é o da tensão entre liberdade e rigidez. O trecho sobre o povo que viveu em ditadura ansiando por ela novamente, e o jovem livre querendo mais liberdade, mostra como a mentalidade política se forma na prática, e não apenas na teoria. Maquiavel provavelmente daria um leve sorriso sarcástico diante dessa constatação.
E claro, a parte sobre ser amado e temido... um clássico. Lud traz à tona o caso dos EUA e de Trump, mostrando que o equilíbrio entre respeito e medo não é eterno — e que, se não for renovado com inteligência, se perde. O medo, por si só, se desgasta.
No fim, o texto é uma aula de filosofia política travestida de desabafo contemporâneo. Maquiavel aprovaria.
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